quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Painel 19 - Ecologia e Ambiente


Painel 19
IX Congresso Luso-Afro-Brasileiro
Luanda, 28 - 30 de Novembro de 2006

Um colibri em cada lugar I

O painel “Ecologia e Meio Ambiente", reunido no IX Congresso luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais - Dinâmicas, Mudança e Desenvolvimento no século XXI (Luanda de 28 a 30 de Novembro), tomou consciência da gravidade dos problemas ecológicos que assolam o planeta.
Nunca a humanidade enfrentou uma tão grande ameaça: a mudança climática!
Embora África seja o continente menos responsável pela poluição, é, porém, o continente mais atingido:
- O lago do Tchad, um dos maiores do mundo, tem hoje um décimo da superfície que tinha há 40 anos
- As zonas húmidas e aráveis, desertificam-se, ao mesmo tempo que inundações diluvianas se abatem sobre largos territórios
-As epidemias como a malária, a cólera, a desinteria, a SIDA e a pobreza constituem uma problemática intrinsecamente ligada aos problemas da ecologia.
- As guerras no continente africano, bem, assim como as deslocações massivas das populações decorrem também desta mesma situação.

Em Angola:
1º - A super-população da cidade de Luanda criou uma grande concentração de resíduos sólidos poluentes, assim como águas contaminadas que agravam o estado de saúde das populações .
2º - Considerando os indicadores de acesso á água potável e os indicadores da falta de saneamento básico, Angola está na cauda dos países.
3º - O estilo de vida consumista e predador, constitui uma degradação humana e ambiental.
4º - A extracção petrolífera, assim como a exploração mineira, não podem continuar a ser uma actividade devastadora e poluidora dos eco-sistemas, desta forma irreversível.

Um colibri em cada lugar II

Os homens podem procurar um lugar seguro e cruzar os braços na vã esperança de que esta derrocada devastadora passe... Mas será uma pura ilusão.
O braseiro da destruição do planeta chegou a um +ponto em, que a bio-regeneração espontânea da Gaia já não é mais possível. A regeneração precisa de uma intervenção consciente dos homens. Precisa de uma mudança de paradigma.
O esgotamento e a contaminação aumentaram o fosso entre as potencialidades da biosfera e a tecnosfera da nossa civilização baseada em energias fósseis e lixos tóxicos.
Assim, a voracidade da nossa tecnosfera predadora ultrapassou os limites regenerativos da biosfera. É, portanto, necessário mudar esta tecno-civilização em eco-civilização.
Por isso, para uma melhor governação entre os homens é necessário cuidar do ambiente. Essa tarefa é obra de todos se queremos sobreviver e deixar um legado de vida e bem estar para as gerações vindouras.

Um colibri em cada lugar III

A Dra Wangari Maathai do Kénia, Prémio Nobel da Paz, dirigente do movimento “Cinturão verde” (Green Belt), plantou já 32.000.000 (trinta e dois milhões) de árvores com a participação, especialmente, de mulheres africanas.
Ela contou a seguinte história:

“Havia um grande incêndio na floresta. Preocupados, os animais fugiram da selva em chamas.
Quando todos se encontravam em lugar distante, ficaram apenas olhando!
Eles julgavam que nada podiam fazer, pois o incêndio era enorme.
No entanto, um pequeno colibri decidiu tentar apagar o fogo.
O pássaro foi até ao rio próximo, pegou numa gota de água com o bico, sobrevoou a floresta em chamas e lançou a gota de água.
Enquanto ele ia e vinha, os outros animeis perguntavam:
- O que estás a fazer?... Tu és pequeno demais e o incêndio é demasiado grande!
Muitos desses pássaros pessimistas tinham bicos muito grandes. Mas não ajudavam!
O colibri, porém, estava convencido que era preciso fazer alguma coisa e, por isso, continuou a lançar as pequenas gotas de água sobre as chamas que consumiam as árvores.”
(Trad. Livre)

Wangari Maathai, o Prémio Nobel da Paz, diz-nos que temos de ser como este colibri. Não podemos sucumbir diante das dificuldades. Temos todos, mesmo todos, que ajudar a apagar o incêndio.

Nesta “esteira sem picos e sem percevejos”, o grupo do painel 19 (Ecologia e Ambiente) aqui reunido, em Luanda, dia 30 de Novembro de 2006, durante o IX Congresso Luso-Afro-Brasileiro, alerta para todos estes desafios que temos de enfrentar e propõe que os governos, as forças vivas da sociedade civil, as escolas e as universidades e os cidadãos em geral, se mobilizem para acções exemplares de profundo sentido ecológico.
É preciso que todos sejamos os colibris que levem a nossa contribuição, a nossa gota de água para a solução dos problemas deste país que é a parte integrante de soluções necessárias neste continente africano e no planeta.
É preciso que a nossa acção local contribua para uma acção planetária.
É preciso que a nossa esteira do ambiente alerte e cumpra este projecto que ora encetamos.

NOTA: Este texto resultou da participação colectiva de todos os membros participantes no painel 19, durante os dias 28, 29 e 30 de Novembro de 2006.
Alfredo Gabriel Buza, Ana C. Guerra Marques, António E. Alicerces, Maria José Aquino, José L. Alexandre, Álvaro Pereira, Carlos Ribeiro, Cristina Henriqeus, Amilcar M. Evaristo, Gabriel Miguel, M. Encarnação Pimenta, Natália Silva, Sara Oliveira, Patrícia Matos, Dulcineia, Silvério Major, Jacinto Rodrigues.
 
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